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sábado, 6 de dezembro de 2014

Terra Firme moradores fazem ato contra a violência

Pará,6/12/2014
Moradores fazem ato contra a violência (Foto: Marco Santos)

Na noite de ontem,moradores da Terra Firme realizaram um ato religioso para pedir fim à violência no bairro e para lembrar a chacina ocorrida em novembro, que tirou a vida de cinco pessoas da comunidade. Os crimes aconteceram na mesma noite em que outras seis pessoas também foram assassinadas na cidade, deixando a população em estado de pânico.
Com velas acesas, os moradores interditaram a ponte do Tucunduba por alguns minutos, onde fizeram um círculo e, abraçados, rezaram o Pai Nosso dos Mártires. A oração, adepta à Teologia da Libertação, condena a violência e pede interseção de Deus junto aos pobres marginalizados.
Durante a celebração, os populares fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e em protesto contra a falta de políticas públicas no bairro. “Estamos aqui hoje para dar um grito, entre tantos outros, por justiça e paz a todas as famílias daqueles que partiram vítimas da violência urbana”, disse Francisco Batista, coordenador da Comissão Justiça e Paz da Terra Firme.
REPÚDIO
O ato também marcou manifestações de repúdio pela falta de oportunidades aos jovens, que têm presença significativa no bairro e que ainda são a maioria nas ocorrências de crimes.    “Os jovens estão morrendo pelo simples fato de serem daqui. Falta espaço de lazer e de socialização para que eles pratiquem a sua própria existência”, criticou Batista.
Para a socióloga e membro da Caravana da Paz, Simone Cardoso, o ato foi pensado também como forma de reflexão sobre o papel do Estado e da própria sociedade, que ainda precisa desempenhar um papel mais significativo no combate à violência. Criada em 2007, a Caravana da Paz é formada por várias igrejas do bairro e atua na reivindicação de políticas públicas para o bairro.
Após o ato, as lideranças se reuniram com representantes do Estado e da prefeitura de Belém. Os moradores entregaram ao poder público uma pauta de reivindicação, que inclui demandas históricas como a construção da Escola Estadual Celso Malcher e da Escola Municipal Solerno Moreira para atender estudantes que continuam tendo aulas na paróquia.Os moradores reivindicam, ainda, a conclusão da macrodrenagem do Tucunduba e ajustes na sinalização e segurança na obra de duplicação da Perimentral.

Fonte:Diário do Pará
Foto: Marco Santos
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