Translate

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PSM do Guamá deveria ter prestado atendimento

Pará,Sexta-Feira, 21/10/2011

PSM do Guamá deveria ter prestado atendimento (Foto: Diário do Pará)
(Foto: Diário do Pará)

A Polícia Civil está apurando a denúncia de omissão de atendimento no Pronto-Socorro Municipal do Guamá (PSM), em Belém, a Vanessa Elaine Cruz, de 26 anos, gestante de cinco meses. Nesta sexta-feira, 21, estão sendo ouvidos pelo delegado Rogério Morais, da Divisão de Operações Especiais (Dioe), seis funcionários do PSM, sendo um agente administrativo, um porteiro, uma supervisora e, na parte da tarde, três guardas municipais. Eles foram citados em Boletim de Ocorrência feito pela médica que estava de plantão na noite da possível omissão e, de acordo com o delegado, podem ajudar na investigação.

O delegado Rogério Morais informou que a investigação iniciou desde a sexta-feira, dia 14, quando foram ouvidos os dois policiais que participaram do socorro a grávida e do marido de Vanessa, Marco Antônio. “A princípio, nos depoimentos que nós tomamos ficou clara a omissão do Pronto Socorro Municipal do Guamá à paciente. Tanto o marido dela como os policiais relataram que o hospital havia informado que não possuía serviço de obstetrícia para prestar o atendimento”, declarou.

De acordo com o delegado que está comandando o inquérito, mesmo não sendo referência no atendimento a gestantes, o PSM do Guamá deveria ter prestado atendimento à Vanessa, principalmente por se tratar de uma emergência. “Em todo hospital existe um médico de plantão. Ele precisa avaliar o paciente e referenciá-lo para outro hospital, onde o atendimento seja completo. A avaliação médica jamais pode ser feita por outro profissional se não um médico”, ressaltou Rogério, fazendo referência ao depoimento do marido de Vanessa, que denunciou que a porteira que estava naquela madrugada no PSM teria informado sobre a restrição do atendimento a gestantes no pronto-socorro.

A investigação prosseguirá na próxima semana, quando deverão ser ouvidos na Dioe a médica plantonista do PSM do Guamá, a porteira que teria informado aos PMs e ao marido de Vanessa que o hospital não realizaria o atendimento, um maqueiro, e o médico da Santa Casa que prestou os socorros à grávida. O delegado destaca que, em nenhum momento, o atendimento da Santa Casa foi questionado pelo marido da vítima. A Polícia Civil aguarda ainda para compor o inquérito o laudo de necropsia do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC), que poderá apontar se Vanessa chegou com vida ou não à Santa Casa. A investigação tem o prazo de 20 dias para ser concluída.

Os três funcionários do PSM que prestaram depoimento na manhã desta sexta (21) chegaram à Dioe com quase uma hora de atraso do horário marcado na intimação da Polícia Civil, não quiseram falar à imprensa e também não autorizaram o uso da sua imagem pelos veículos de comunicação.

Omissão

Vanessa foi socorrida na madrugada do dia 14 por uma guarnição da Polícia Militar na Seccional da Cremação, após não conseguir contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A paciente foi levada para o PSM, onde não foi atendida. Os PMs a levaram, junto com o marido, na viatura para a Santa Casa de Misericórdia, onde ela foi socorrida, porém não respondeu aos procedimentos.

Segundo a Santa Casa, Vanessa Elaine deu entrada no hospital com morte aparente, pupilas não reagentes, sem pulsação, pressão arterial inaudível e cianose periférica - cor azulada decorrente da falta de oxigenação. A Santa Casa informa, ainda, que a equipe de plantão médico fez todos os procedimentos possíveis de reanimação, porém, a paciente não reagiu aos estímulos e foi encaminha ao Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” para serviço de verificação de óbito.
Fonte:Agência Pará
foto: Diário do Pará
TODOS DIREITOS RESERVADOS.

Nenhum comentário:

free counters